Quadro Pavão Têmpera Sobre Tela - Obra de Chico Silva (1979)

Preço normal R$ 5 000
/

Obrigado por assinar
contatar anunciante

Tela trazida pelo meu avô da Europa como um presente para minha mãe.

Imagino que as marcas perto da moldura tenha sido de anos de limpeza (desconhecendo que se tratava de têmpera)

Descendente de uma cearense e um índio da Amazônia peruana. Viveu até os dez anos de idade na antiga comunidade de Alto Tejo. Em 1934, a família de Chico da Silva embarcou para o Ceará, indo morar em Fortaleza. Semi-analfabeto, teve diversas profissões não relacionadas à arte (consertava sapatos e guarda-chuvas, fazia fogareiros de lata para vender, entre outras), mas sempre desenhava pelos muros da cidade com carvão e giz. Era autodidata.[2]

Chico da Silva foi descoberto pelo pintor suíço Jean-Pierre Chabloz, que notou um destes graffitis, em meados da década de 1950 na praia do Pirambu, em Fortaleza, onde costumava desenhar em paredes e muros do bairro. Chabloz, que o tomou como discípulo, ensinou-lhe as técnicas do guache e do óleo. Logo passou a expor seus trabalhos na cidade, no Rio de Janeiro e na Suíça. Em 1966 recebeu menção honrosa na XXXIII Bienal de Veneza

Seu estilo é incomparável. Seus desenhos surgiam de forma espontânea, como involuntários impulsos de sua imaginação. Chico não teve nenhuma influência de outros estilos nem muito menos de escolas de pintura. Seus traços, inicialmente feitos a carvão, impressionavam pela riqueza de detalhes e abstração. Eram dragõespeixes voadores, sereias, figuras ameaçadoras e de grande densidade e formas. Pintor de lendasfolclore nacional, cotidiano e seres fantásticos.[2]

Na Europa ele é conhecido como o índio de técnica apuradíssima e traços autodidatas de origem inerente à visão tropical da vida na floresta.

Chico da Silva está presente com dois guaches da década de 1960 na coleção do MAR, o Museu de Arte do Rio de Janeiro, por doação do Fundo Max Perlingeiro. Em 2014, essas obras foram apresentadas nas exposições "Encontro de Mundos" e "Pororoca, a Amazônica no MAR". O catálogo da exposição Pororoca traz o artigo "Arte de ciclos de borracha: seringueiros artistas", no qual o significado singular da produção de Chico da Silva é articulado ao desenho de Helio Melo do Acre e às pinturas de Paulo Sampaio, "um soldado da borracha" do Pará. O artigo de Herkenhoff acentua a proximidade de Chico da Silva com o imaginário da selva pelas sociedades tribais e na construção de um bestiário particular. Segundo Herkenhoff, a selva na pintura de Chico da Silva, é "o espaço, onde nenhum ser tem repouso ou refúgio, é sempre uma cena atravessada por voos e ataques de predadores, entre o sonho e a imaginação."

Também está presente no MAUC - Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará, que conta com uma sala permanente do artista " na qual a maior parte do acervo corresponde as obras que participaram e receberam a Menção Honrosa na Bienal de Veneza de 1966."

Chico da Silva participou de várias exposições em países como FrançaSuíçaItália e Rússia. Algumas de suas pinturas foram expostas em Manaus, a cidade mais próxima de sua terra natal onde os seus trabalhos chegaram, mas nunca seus quadros foram apresentados em Rio Branco (AC).